segunda-feira, fevereiro 09, 2009
quarta-feira, março 12, 2008
Hot Dog! Jumping Frog! Albuquerque!
Every Rose has its thorn. Every night has its dawn. Todos os cães merecem o céu. Todos os amantes têm os seus fetiches. Musicalmente falando. Também. Um deles, dos meus, são os one-hit-wonders. Artistas de origem duvidosa ou não, letras sem qualquer interesse ou talvez, melodias artesanais e simplórias ou talvez nem uma coisa nem outra, tudo juntinho e bem misturadinho para gozo máximo do ouvinte, cortesia dessa grande invenção enquanto conceito publicitário da música popular: o single. Algo que talvez deixe de existir brevemente, a era digital assim o obriga. Mas houve um período em que os singles contavam. O mundo não era melhor do que é hoje, mas a rádio definitivamente soava bem melhor.
O conceito de one-hit wonder, tal como definido, existe desde esses tempos milagrosos em que o single era o veículo da música popular. Talvez mesmo de antes, até. Mas penso que só faz sentido falar de one-hit wonders como hoje é instituído, a partir do advento da MTV, em que a dicotomia Sound+Vision passou a nivelar os objectivos artísticos/comerciais dos ensembles pop. Aliás, para muitos de nós, não-velhos mas cada vez mais assim-não-tão-novos, é exactamente a combinação "música-tola/video-idiota" que nos deu alguns dos momentos mais memoráveis na evolução da nossa percepção auditiva no que ao bom "néctar-dos-deuses-do-som" diz respeito.
Breeders - Cannonball
As Breeders foram criadas pela baixista dos Pixies. Tiveram um êxito massivo no início dos anos 90 com este som, aparentemente sobre nada. Se alguém souber, diga, mas eu nunca percebi o que dizem no refrão. Ah, e nunca mais ninguém ouviu falar das Breeders...
Cornershop - Brimful of Asha
Uma música aparentemente banal, que foi remisturada pelo Fatboy Slim, tornou-se relevante de repente e chegou a nº 1 nas tabelas de singles do UK no final dos anos 90.
Prefab Sprout - King of Rock'n'Roll
Uma banda, dizem por aí, muito subestimada, atingiu o auge em termos comerciais com este som que pretende fazer pouco dos one-hit-wonders. Ironias do destino... Procurem aqui o refrão mais meaningless e viciante de sempre.
Supergrass - Alright
We are young, We are free. Puro e duro.
L7 - Pretend We're Dead
Banda de lésbicas "rockers", que entre brincar com massajadores faciais e "heavy-metal", também fazia coisas bonitas.
Dexy's Midnight Runners - Come On Eileen
Outro êxito massivo, outro desaparecimento súbito, dizem, devido à loucura do frontman, homossexual de armário e incapaz de produzir outro êxito.
Poison - Every Rose has its thorn
Uma das minhas baladas preferidas (sério!...), mais conhecida por ser a música do casamento do Otto, o condutor do autocarro da escola dos Simpsons, tocada por uma banda mais conhecida pelos penteados que pela música, escrita por um tipo mais conhecido por ter feito uma sex-tape com a Pamela Anderson.
Musical Youth - Pass the Dutchie
Uma música polémica, sobre fumar à "marroquina" (calão "Margem Sul Exclusive" :) ).
Journey - Don't Stop Believing
Na América, dizem que, num bar de karaoke qualquer com um "artista" a "performar", há entre 20 a 30% de probabilidades de a canção escolhida ter sido esta. Números exagerados, dirão. Desafio-vos a provarem o contrário.
Categoria Especial:
Milli Vanilli - Girl you know it's true
Os Milli Vanilli tornaram-se popstars instantâneas com esta música. Isto, claro, até alguém descobrir que não eram eles que cantavam. Discos foram queimados, cantores entraram em depressão e suicidaram-se, por esta ordem.
Rick Astley - Never Gonna Give you up
O penteado. O tom de pele "bife". A dança. Meu Deus, a dança! Os mesmos produtores que fabricaram a Kylie Minogue foram responsáveis por este freak-show dicotómico "sound&vision" (palavra do dia: dicotómico), completado pelo "bartender" ressacado e pela "back-up dancer" que claramente não estudou a coreografia em casa. Proporcionou um dos grandes momentos do "Family Guy".
O Olimpo: The one-hit-wonder to end all one-hit-wonders
Pah, concordaremos que nem todos são "greatest-gigs-in-the-sky", mas alguém tem que falar também dos que cortam a meta em último. A música também é dos "Losers".
Etiquetas: breeders, cornershop, eileen, hit, l7, milli, one, poison, prefab sprout, wonder
terça-feira, março 04, 2008
The Return of the Thin White Duke, throwing darts in lover's eyes...
Tornou-se clichê (ou clichêt, ou "clixê") associar a Madonna a uma ideia de contribuição relevante para a evolução da música popular moderna. Curioso... eu sou do tempo que era extremamente "xunga" (ou chunga, ou "fracamente estimulante") abanar ao som da dita cuja, especialmente quando metia virgens à mistura com crucifixos e renda preta, assim bem ao estilo Romana (cantora pimba, não a civilização). Efeitos do mp3... Mas, no meio do filme da sua vida, há que identificar um padrão na abordagem à sua música: a capacidade de se manter actual. Para que tal objectivo fosse atingido, era geralmente contratado um produtor, cuja tarefa era a de adaptar os projectos da artista ao contexto musical corrente. Por lá passaram Nile Rodgers, ou recentemente, William Orbit e Mirwais. A capacidade de reinvenção elogia-se, bajula-se, ao ponto de se lhe chamar a "rainha da pop", entre outros nomes não depreciativos. Mas lá no fundo, nunca lhe chamaram o que ela sabe que é: um David Bowie mais barato e vendável.


Para o leitor que não anda a fazer grande coisa cá neste mundo, será talvez normal passar ao lado do nome de um dos artistas mais emblemáticos da coisa rock. Uma carreira que se expande por cinco décadas, com inúmeros êxitos, mas, acima de tudo, uma capacidade de reinvenção tanto musical como visual que lhe valeu o apelido de "Camaleão do Rock". Um vulcão de talento cujo impulso de criatividade o levou a desempenhar funções como cantor, multi-instrumentista, escritor, actor, produtor, todas elas com o seu grau de sucesso, e algumas em simultâneo. Uma personalidade polémica, que o levou a afirmar ser bissexual bem cedo na carreira, bem como a encarnar características das personagens que criava na sua vida real, chegando a ser conotado como 'nazi'. Um caso fascinante, em que a fronteira entre a vida imitar a arte e a arte imitar a vida não existia.


No fundo, nunca teve um plano para a sua carreira. Só queria criar. Inspirava-se no que encontrava. Apanhou o camião da folk britânica no final da década de 60, só para descobrir que o "flower power" estava a morrer. Mudou o nome original de Davy Jones para David Bowie, para evitar confusões com o vocalista dos Monkees, então, a popstar do momento. Inspirado pela odisseia de Neil Armstrong, escreve a "Space Oddity", um conto sobre o Major Tom, um astronauta numa viagem espacial. O primeiro êxito. Passado um tempo de dedicação à família, com jams intermitentes com Marc Bolan dos T-Rex, decide juntar uma banda de rock para o seu próximo acto, mais tarde conhecidos como os Spiders from Mars. Depois de um par de albuns mais orientados para as canções, lança "The Rise and Fall from Ziggy Stardust and the Spiders from Mars", considerado o zeitgeist do glam-rock.
Um álbum conceptual sobre uma estrela de rock, Ziggy Stardust e a sua banda; um alienígena que vira a Terra do avesso durante 5 anos. Um album tão marcante que os concertos eram atribuídos ao seu alter-ego. Um período excitante na carreira do músico, que entre os concertos e a gravação do album "Aladdin Sane", ainda arranjou tempo para produzir o "Transformer" do Lou Reed, e o "Raw Power" dos Stooges. Depois de um período de exaustão da personagem Ziggy Stardust, que o levou a "assassinar" a personagem em palco, resolveu re-inspirar-se nos seus ídolos, lançando um álbum de versões e escrevendo um ensaio para uma peça sobre o "1984" de George Orwell, compondo música para a ocasião. o ensaio nunca chegou a ser encenado, mas a música foi aproveitada para o álbum "Diamond Dogs", que definitivamente terminou com a fase glam-rock.


Influenciado pela viagem a Philadelphia durante uma tour americana, Bowie interessa-se por soul. E daí veio o álbum "Young Americans". O início de uma fase bastante caótica a nível pessoal, em que se cruza com a versão mais negra do John Lennon em L.A., e em que sobrevive numa dieta de "pimentos, leite e cocaína". O grau de paranóia inerente ao estilo de vida, bem como uma obsessão com memorabilia nazi, dá origem ao personagem "Thin White Duke", e ao mítico "Station to Station", um album do qual não se lembra como foi feito. O estilo de vida americano que levava estava a destruí-lo, e decide fugir para Berlim, com o amigo Iggy Pop, para combater os problemas pessoais. Durante meses, produz os dois primeiros álbuns a solo do Iggy Pop, e parte para a estrada com este, no canto do palco, como o teclista da banda. Por esta altura, começa a interessar-se pelas bandas alemãs mais ambientais e electrónicas, como os Kraftwerk. E daí veio o seu trabalho nos anos seguintes (com a colaboração do ex-Roxy Music Brian Eno) conhecido como a "trilogia de Berlim": Low, Heroes e Lodger. Por esta altura, acabavam os anos 70, e uma longa estrada percorrida pelo menino da "Space Oddity".



Era altura de fechar o capítulo, e matar o velho Bowie. Quando lançou "Scary Monsters and Super Creeps", assumiu o conceito de enterrar o passado, explícito no single "Ashes to Ashes", em que desacreditou o Major Tom, a sua primeira personagem, um "junkie", ele mesmo. O velho Bowie morreu ali. E nada do que tinha feito o prepararia para o que viria depois. Depois de um período em que participou na concepção da adaptação para filme do livro autobiográfico "Christiane F. - Wir Kinder vom Banhoff Zoo", colaborou com os Queen no single "Under Pressure", que o preparou, em termos comerciais, para o sucesso de "Let's Dance", uma colaboração com Nile Rodgers (que dois anos depois, produziria a Madonna... notam o padrão?). O resto da década de 80 foi vivida por entre digressões megalómanas, duetos, colaborações em filmes, peças de teatro, a colaboração para o Live Aid, em que a música, definitivamente, passou para segundo plano, algo que o próprio admitiu.



A década de 90 trouxe-lhe uma nova pele, quando, depois de experimentar o mundo do noise rock com os Tin Machine, lançou o álbum "Black Tie White Noise", o "1.Outside", e o "Earthling", em que, motivado pela descoberta das novas bandas industriais como os Nine Inch Nails ou os Young Gods, ou mesmo o drum'n'bass, decide criar a sua visão do fenómeno. É, curiosamente, depois desta incursão pela música analógica, que volta ás canções, com "Hours". Um álbum em que aceita o seu estatuto de "veterano" da coisa. De lá para cá, lançou mais dois álbuns.


Resumir a carreira do David Bowie aos álbuns é um erro grave. Este homem percorreu um longo caminho, e alcançou um estatuto difícil de igualar. Foi, no início, influenciado pelos Velvet Underground, Stooges ou Rolling Stones, e acabou a produzir os álbuns mais marcantes da carreira a solo do Lou Reed e do Iggy Pop, bem como a colaborar com Mick Jagger no single "Dancing in the Street". Cresceu a ouvir Ike & Tina, para ser, décadas mais tarde, importante no renascimento da carreira da Tina Turner. O personagem "Ziggy Stardust" foi considerado o momento alto do glam-rock, apesar de este ser abertamente inspirado na outra estrela do momento, Marc Bolan dos T-Rex. A figura do personagem inspirou diversos personagens, bem como o filme "Velvet Goldmine". A música "Life on Mars" é musicalmente baseada na mesma peça francesa que deu origem, na mesma altura, ao "My Way" do Sinatra. A personagem "Thin White Duke" é sempre chamada sempre que se pretende usar expressões como "frieza" e "distância" para adjectivar música. Os vídeos promocionais de "Space Oddity" ou "Ashes to Ashes" são parte da razão pela qual hoje existe a MTV. Nos anos 90, assumiu como influência as bandas industriais do momento no seu trabalho, tendo sido estas influenciadas pela sua obra, maioritariamente na trilogia de Berlim. Foi o primeiro branco a actuar no programa orientado para negros "Soultrain". Colaboraram na sua obra artistas tão seminais como míticos, como Rick Wakeman dos Yes, Robert Fripp dos King Crimson, John Lennon dos Beatles, Mike Garson, Luther Vandross, Brian Eno dos Roxy Music, Pete Townshend dos The Who, Nile Rodgers dos Chic, Stevie Ray Vaughan, Pet Shop Boys, entre outros. Um consumidor ávido de música, estando-lhes agradecidos, por exemplo, os Pixies ou os Arcade Fire, pela exposição do seu trabalho derivada dos seus comentários abonatórios em entrevistas.


Há artistas que marcam uma época. Há outros que definem uma época. E há outros que simplesmente estão aqui...
Life on Mars
Rebel Rebel
Fantastic Voyage
Wild is The Wind
Station to Station (clip do Christiane F.)
Lady Stardust
Rock'n'Roll Suicide
Etiquetas: David Bowie, Madonna, Ziggy Stardust
sábado, janeiro 26, 2008
terça-feira, janeiro 15, 2008
Ele há coisas que eu cá sei, que só se fazem curvado...
Se há conceitos que, no contexto da música popular, não compreendo muito bem o seu significado, uma delas é o conceito de "supergrupo", termo geralmente usado para designar grupos musicais cujos membros têm "pedigree" anterior à formação da mesma. O raciocínio empírico dir-nos-ia que a soma do potencial individual destes conjuntos resultaria num potencial colectivo exponenciado. No entanto, a lógica nunca ditou leis na música.
No domínio da música nacional, este conceito tem sido aplicado várias vezes, para diferentes propósitos. Temos o exemplo dos Resistência, um agrupamento de músicos de diversas bandas pop/rock dos 80s, cujo reportório era baseado, essencialmente, na "reciclagem" acústica dos "hits" dessas mesmas bandas, com bastante sucesso comercial no início da década de 90, e que lançou um novo fenómeno na música nacional de então: a voz rouca do Olavo Bilac. Temos também o exemplo do Palma's Gang, formado pelo Jorge Palma, Flak dos Rádio Macau, e Zé Pedro e Kalu dos Xutos, cujo reportório era baseado, essencialmente, na "reciclagem" rock de parte do catálogo do Jorge Palma. Temos o exemplo dos Madredeus, formado por ex-elementos dos Heróis do Mar e Sétima Legião, e que criaram um dos mais consistentes e originais reportórios no que à música nacional diz respeito, e lançaram aos leões uma das melhores vozes cá do canto, Teresa Salgueiro. Há também o exemplo, mais recente, dos Humanos, formados pelo Camané, David Fonseca "ex-Silence Four", e elementos dos Clã e BunnyRanch, e cujo reportório foi baseado na "reciclagem" da obra nunca editada do António Variações. Cada supergrupo ao seu jeito, com mais ou menos reconhecimento crítico ou sucesso comercial.



Outro conceito que me faz cócegas na garganta, outra vez no contexto da música popular, é o álbum conceptual. A crença por parte do artista (ou artistas) que uma história por trás de um álbum vai prender o interesse dos possíveis ouvintes, pode resultar em termos criativos, mas ainda alguém me venha que convencer que, sem o "Não há estrelas no céu" ou "A paixão", o "Mingos e os Samurais" do Rui Veloso tinha sido um dos álbuns mais vendidos de sempre da música portuguesa. Ou que, sem o "Budapeste", o "Mutantes do Sec. XXI" dos Mão Morta tinha chegado a algum lado. Isto porque, ao final do dia, o ouvinte quer sempre aquela música de 3, 4 min. que pode recordar e cantarolar no chuveiro, porque a primavera da vida é bonita de viver, sempre a rock'n'rollar.




Mas todos os casos têm excepções. E na música portuguesa, existe uma excepção que atravessa os dois conceitos supra-citados. Chamaram ao projecto Rio Grande.
Os Rio Grande não foram um supergrupo. Os Rio Grande foram O Supergrupo. Debatível, claro. Musicalmente, eram constituídos por alguns dos elementos seminais da cena musical portuguesa.

- Vitorino, cantor popular português de origem alentejana, origem bastante marcada no sotaque com que interpreta as canções, intérprete de uma das músicas mais cantadas do imaginário tuga, "Menina estás à janela".

- Tim, vocalista e baixista dos Xutos e Pontapés, a banda de rock mais respeitada e popular cá do canto.

- Rui Veloso, históricamente considerado o autor do primeiro álbum de rock português, "Ar de Rock", e estatisticamente autor do álbum português mais vendido de sempre (até agora, claro), o duplo "Mingos e os Samurais".

- Jorge Palma, o "dandy" tuga, o anti-herói do grupo, pianista de conservatório e guitarrista de rua, autor de clássicos de hoje e sempre, "Deixa-me rir", "Frágil", só para citar os mais conhecidos.

- E João Gil, ex-Trovante, ex-Ala dos Namorados, ex-Catarina Furtado, co-autor de outros clássicos da música portuguesa, como "Loucos de Lisboa" ou "125 Azul", e possuidor de uma das franjas mais comentadas pelas ladies do jet-set.
Tudo malta que somada, deve dar uns quantos discos de platina. Mas os Rio Grande não começaram por ser um supergrupo. Inicialmente, foram um projecto conceptual, que partiu de poemas escritos por João Monge, na altura, letrista da Ala dos Namorados, e como tal, com contacto directo com João Gil. Estes poemas, algo auto-biográficos, versavam sobre um rapaz que nasce, cresce e casa-se nos campos do Alentejo, acabando, por dificuldades económicas, por migrar para a zona da Margem Sul, como tantos outros da sua geração, trabalhando na Lisnave, e educando o seu filho no suburbanismo de Lisboa, posteriormente vendo aparecer o seu neto. Uma história simples, sem heróis nem vilões, com a qual muito do povo português, essencialmente os suburbanos da zona de Lisboa, se identificava. E o mesmo se passou com João Gil, que musicou os poemas, e "recrutou" os pesos-pesados nomeados acima, para interpretar o conto de João Monge ao público em geral. O resultado foi um grande sucesso comercial, resultado da conceptualização do álbum, num país de tantos migrantes e imigrantes, da fama dos intérpretes, cada um deles com um culto e uma imagem muito particular, e de canções que, apesar da simplicidade de processos e letras trabalhadas, conseguiram furar o "airplay" das rádios e entrarem pela casa do público.
O álbum, simplesmente chamado "Rio Grande", foi lançado em 1996, vendeu centenas de milhares de cópias, e deixou uma marca profunda no publico português, que quase que exigiu uma "comeback" dos Rio Grande, que acabou por acontecer, primeiro num álbum ao vivo, em que interpretavam o seu reportório colectivo bem como individual, e depois na criação de um segundo supergrupo, os Cabeças no Ar, formado pelos mesmos músicos exceptuando o Vitorino, de um segundo letrista, Carlos Tê, e de um segundo conceito, os dias de escola, sem que o resultado final, tanto criativo como comercial, tenho preenchido as expectativas. Porque há coisas irrepetíveis...
Álbum:Rio Grande- um "greatest gig in the sky"

Faixas:
01. A fisga
02. O Caçador Da Adiça
03. Fui Às Sortes e Safei-me
04. O Dia do Nó
05. Sobrescrito
06. Lisnave
07. Dia de Passeio
08. Postal Dos Correios
09. Senta-te Aí
10. Ponte do Guadiana
11. Senta-te Aí (instrumental)
Dia de Passeio
Fui às sortes e safei-me
A Fisga
O Sobrescrito



Outro conceito que me faz cócegas na garganta, outra vez no contexto da música popular, é o álbum conceptual. A crença por parte do artista (ou artistas) que uma história por trás de um álbum vai prender o interesse dos possíveis ouvintes, pode resultar em termos criativos, mas ainda alguém me venha que convencer que, sem o "Não há estrelas no céu" ou "A paixão", o "Mingos e os Samurais" do Rui Veloso tinha sido um dos álbuns mais vendidos de sempre da música portuguesa. Ou que, sem o "Budapeste", o "Mutantes do Sec. XXI" dos Mão Morta tinha chegado a algum lado. Isto porque, ao final do dia, o ouvinte quer sempre aquela música de 3, 4 min. que pode recordar e cantarolar no chuveiro, porque a primavera da vida é bonita de viver, sempre a rock'n'rollar.




Mas todos os casos têm excepções. E na música portuguesa, existe uma excepção que atravessa os dois conceitos supra-citados. Chamaram ao projecto Rio Grande.
Os Rio Grande não foram um supergrupo. Os Rio Grande foram O Supergrupo. Debatível, claro. Musicalmente, eram constituídos por alguns dos elementos seminais da cena musical portuguesa.
- Vitorino, cantor popular português de origem alentejana, origem bastante marcada no sotaque com que interpreta as canções, intérprete de uma das músicas mais cantadas do imaginário tuga, "Menina estás à janela".

- Tim, vocalista e baixista dos Xutos e Pontapés, a banda de rock mais respeitada e popular cá do canto.

- Rui Veloso, históricamente considerado o autor do primeiro álbum de rock português, "Ar de Rock", e estatisticamente autor do álbum português mais vendido de sempre (até agora, claro), o duplo "Mingos e os Samurais".

- Jorge Palma, o "dandy" tuga, o anti-herói do grupo, pianista de conservatório e guitarrista de rua, autor de clássicos de hoje e sempre, "Deixa-me rir", "Frágil", só para citar os mais conhecidos.

- E João Gil, ex-Trovante, ex-Ala dos Namorados, ex-Catarina Furtado, co-autor de outros clássicos da música portuguesa, como "Loucos de Lisboa" ou "125 Azul", e possuidor de uma das franjas mais comentadas pelas ladies do jet-set.
Tudo malta que somada, deve dar uns quantos discos de platina. Mas os Rio Grande não começaram por ser um supergrupo. Inicialmente, foram um projecto conceptual, que partiu de poemas escritos por João Monge, na altura, letrista da Ala dos Namorados, e como tal, com contacto directo com João Gil. Estes poemas, algo auto-biográficos, versavam sobre um rapaz que nasce, cresce e casa-se nos campos do Alentejo, acabando, por dificuldades económicas, por migrar para a zona da Margem Sul, como tantos outros da sua geração, trabalhando na Lisnave, e educando o seu filho no suburbanismo de Lisboa, posteriormente vendo aparecer o seu neto. Uma história simples, sem heróis nem vilões, com a qual muito do povo português, essencialmente os suburbanos da zona de Lisboa, se identificava. E o mesmo se passou com João Gil, que musicou os poemas, e "recrutou" os pesos-pesados nomeados acima, para interpretar o conto de João Monge ao público em geral. O resultado foi um grande sucesso comercial, resultado da conceptualização do álbum, num país de tantos migrantes e imigrantes, da fama dos intérpretes, cada um deles com um culto e uma imagem muito particular, e de canções que, apesar da simplicidade de processos e letras trabalhadas, conseguiram furar o "airplay" das rádios e entrarem pela casa do público.
O álbum, simplesmente chamado "Rio Grande", foi lançado em 1996, vendeu centenas de milhares de cópias, e deixou uma marca profunda no publico português, que quase que exigiu uma "comeback" dos Rio Grande, que acabou por acontecer, primeiro num álbum ao vivo, em que interpretavam o seu reportório colectivo bem como individual, e depois na criação de um segundo supergrupo, os Cabeças no Ar, formado pelos mesmos músicos exceptuando o Vitorino, de um segundo letrista, Carlos Tê, e de um segundo conceito, os dias de escola, sem que o resultado final, tanto criativo como comercial, tenho preenchido as expectativas. Porque há coisas irrepetíveis...
Álbum:Rio Grande- um "greatest gig in the sky"

Faixas:
01. A fisga
02. O Caçador Da Adiça
03. Fui Às Sortes e Safei-me
04. O Dia do Nó
05. Sobrescrito
06. Lisnave
07. Dia de Passeio
08. Postal Dos Correios
09. Senta-te Aí
10. Ponte do Guadiana
11. Senta-te Aí (instrumental)
Dia de Passeio
Fui às sortes e safei-me
A Fisga
O Sobrescrito
Etiquetas: joão gil, jorge palma, rio grande, rui veloso, supergrupo, tim, vitorino
sexta-feira, dezembro 21, 2007
As cidades e a música 2: When something happens in South Central, Los Angeles, nothing happens... It's just another Nigga Dead!!!
Los Angeles é uma cidade difícil de descrever. Existe uma ideia pré-definida da cidade tão forte, que às vezes é difícil não imaginá-la como uma cidade das nuvens, onde só chega quem tenha sonhos com asas bem grandes. Mas já sabe Ícaro, quanto mais alto se voa...
Los Angeles, ou L.A., é a segunda cidade mais populosa dos E.U.A., logo a seguir a Nova Iorque. Dada a localização na costa do Pacífico e proximidade com o México, é vulgar considerar L.A. como o ponto de entrada de vários imigrantes da América Central e do Sul, e da Ásia, sendo esta a razão pela qual apenas 42.2% da população fala Inglês. A diversidade de culturas é também foco de tensão racial, do que os exemplos históricos mais conhecidos são os motins associados ao caso L.A.P.D. (L.A. Police Department) vs. Rodney King.
O primeiro europeu que chegou a esta área foi, curiosamente, um português (\m/) , que, não tão curiosamente, reclamou-a em nome do Império Espanhol (.|.). O crescimento demográfico da cidade ficou associado ao estabelecimento das indústrias de aviação e cinema na cidade, por volta de 1920, e ao clima convidativo, (praticamente) Verão todo o ano. Também está próxima da falha de Sto. André, o que aumenta a probabilidade de terramotos, mas já que se tem de morrer, que seja com um bom bronzeado.
L.A. é também conhecida pelo famoso "smog", causado pelas constantes emissões de fumo, de carros (tem uma das maiores taxas do mundo em termos de automóveis por pessoa), aviões (tem mais aeroportos que qualquer outra cidade do mundo), locomotivas (a famosa linha South Pacific) ou embarcações (o Pacífico ali ao lado). Mas como já dizia alguém, "they say the fucking smog is the fucking reason why you have such beautiful fucking sunset".
L.A. é também a casa dos mundialmente famosos Los Angeles Lakers, equipa de basquetebol que atingiu o pico da sua fama com a mítica equipa "Showtime" dos anos 80, que contava com Kareem Abdul-Jabbar e Magic Johnson. Recebeu duas edições dos Jogos Olímpicos, a primeira em 1932, e a segunda em 1984, que ficou famosa pelo boicote dos atletas soviéticos (favoritas em grande parte das provas), pelas quatro medalhas de ouro em provas de atletismo de Carl Lewis (que assim igualou o recorde de Jesse Owens), e, já agora, pela medalha de ouro do Carlos Lopes na maratona! No entanto, os desportos mais populares continuam a ser o windsurfing, o beach volley ou o skateboarding... bem como andar de carro...
Mas a cidade é verdadeiramente famosa pela sua associação com a indústria do cinema, localizada no bairro de Hollywood. Os grandes produtores, os grandes estúdios, os grandes actores, os grandes figurantes, sitiaram aquela zona da cidade, enchendo as ruas de cenários por utilizar, ou guarda-roupas de ficção científica. O cinema americano (e praticamente 80% do cinema mundial) É Hollywood! Ao nível de indústria de cinema, Los Angeles também é conhecida por albergar praticamente toda a indústria pornográfica americana, na zona de San Fernando Valley, ou San Pornando Valley.
Mas que condições é que uma cidade que, essencialmente, vive das aparências, pode ter oferecido para a criação de música relevante? Bem, antes de começarmos, vamos todos repetir: MUSIC is SHOW-BUSINESS! Pah, não há como dar a volta, "here we are now, entertain us!". Não é, portanto, por acaso, que algumas das maiores produtoras de música se encontram sediadas em L.A., como a Capitol Records, a A&M Records ou a Warner Bros. Records.
Começemos, então, pelo princípio.
Los Angeles foi a casa de alguns dos primeiros artistas de jazz da Costa Oeste, nomeadamente Charles Mingus, um dos mais geniais compositores e contrabaixistas de sempre, e um bom pianista. As contribuições para o desenvolvimento da música popular em geral e do jazz em particular são imensas, audíveis em faixas como "Mood indigo", "Pithecantropus Erectus" ou a grande "Haitian Fight Song".
Nos anos 60, a Costa Oeste foi um dos grandes epicentros da cultura hippie, sendo que muitas das bandas associadas ao rock psicadélico nasceram ou acabaram por vir parar a L.A.. O exemplo máximo será o dos Doors, banda formada em plena Venice Beach por Jim Morrison e Ray Manzarek, e que se tornaram uma das maiores bandas americanas da época. No entanto, há outros exemplos, como os Byrds, mundialmente conhecidos por fazerem versões baris de Bob Dylan, os Love, os Buffalo Springfield do grande Neil Young, ou os Beach Boys.
Passaram alguns anos até que fosse feito algo mais de musicalmente relevante em L.A.. O dia chegou em 1978, com o álbum de estreia dos Van Halen, que apresentou ao mundo um dos maiores guitarristas do rock, e um conceito de banda ligado ao entretenimento, cortesia do grande David Lee Roth. O primeiro álbum dos Van Halen introduziu um novo hard-rock às massas.
Por esta altura, a comunidade rock de Los Angeles, que se juntava na Sunset Strip, começava a dividir-se nos punks e nos metaleiros. Uns não gostavam dos outros, e vice-versa. Os dias da fusão ainda vinham longe. No entanto, criaram-se sub-culturas interessantes no meio desta revolução, como o L.A. Punk (X, Black Flag, Bad Religion...) ou o thrash metal (Metallica, Slayer...), que, com o tempo, evoluíram em direcções interessantes (Offspring, Green Day...), e outras não tão interessantes (hair metal, Poison, Motley Crue...).
No final dos anos 80, em South Central, L.A., cinco delinquentes de Compton juntaram-se e formaram os N.W.A., durante algum tempo, "a banda mais perigosa do mundo". Músicas como "Straight outta Compton" ou "Fuck da Police" mostravam o lado negro de L.A., e a violência e tensão racial que iria explodir nos incidentes relacionados com o espancamento do Rodney King. Também criaram o género gangsta rap, e alguns dos seus membros tornaram-se figuras importantes do hip-hop nos anos seguintes (Ice Cube é um dos artistas hip-hop que mais vendeu, e já é uma estrela de cinema, Dr Dre tornou-se produtor, e descobriu quase sozinho Snoop Doggy Dogg, Eminem e 50 Cent, Eazy-E morreu de SIDA...).
Também foi em Los Angeles que nasceu o movimento Nu-metal, já que são daí originárias bandas pioneiras do género, como os Korn ou os Coal Chamber. Outras bandas que se juntaram ao movimento vêm do mesmo sítio, tal como os Linkin Park ou os Crazytown.
São originárias de Los Angeles algumas das melhores bandas de rock alternativo dos anos 90, tal como os Red Hot Chilli Peppers, os Rage Against the Machine, os Sublime, os Tool, ou o Beck. Bandas que assimilaram a cultura urbana de L.A., e à imagem da cidade que é um caldeirão de culturas, fundiram estilos musicais diversos, como o rock, o metal, o punk, o funk, o jazz, o country, o hip-hop, ou o reggae, entre outros, e fizeram alguma da melhor música que ouvia na minha escola secundária.
L.A. style...
O primeiro europeu que chegou a esta área foi, curiosamente, um português (\m/) , que, não tão curiosamente, reclamou-a em nome do Império Espanhol (.|.). O crescimento demográfico da cidade ficou associado ao estabelecimento das indústrias de aviação e cinema na cidade, por volta de 1920, e ao clima convidativo, (praticamente) Verão todo o ano. Também está próxima da falha de Sto. André, o que aumenta a probabilidade de terramotos, mas já que se tem de morrer, que seja com um bom bronzeado.
L.A. é também conhecida pelo famoso "smog", causado pelas constantes emissões de fumo, de carros (tem uma das maiores taxas do mundo em termos de automóveis por pessoa), aviões (tem mais aeroportos que qualquer outra cidade do mundo), locomotivas (a famosa linha South Pacific) ou embarcações (o Pacífico ali ao lado). Mas como já dizia alguém, "they say the fucking smog is the fucking reason why you have such beautiful fucking sunset".
L.A. é também a casa dos mundialmente famosos Los Angeles Lakers, equipa de basquetebol que atingiu o pico da sua fama com a mítica equipa "Showtime" dos anos 80, que contava com Kareem Abdul-Jabbar e Magic Johnson. Recebeu duas edições dos Jogos Olímpicos, a primeira em 1932, e a segunda em 1984, que ficou famosa pelo boicote dos atletas soviéticos (favoritas em grande parte das provas), pelas quatro medalhas de ouro em provas de atletismo de Carl Lewis (que assim igualou o recorde de Jesse Owens), e, já agora, pela medalha de ouro do Carlos Lopes na maratona! No entanto, os desportos mais populares continuam a ser o windsurfing, o beach volley ou o skateboarding... bem como andar de carro...
Mas a cidade é verdadeiramente famosa pela sua associação com a indústria do cinema, localizada no bairro de Hollywood. Os grandes produtores, os grandes estúdios, os grandes actores, os grandes figurantes, sitiaram aquela zona da cidade, enchendo as ruas de cenários por utilizar, ou guarda-roupas de ficção científica. O cinema americano (e praticamente 80% do cinema mundial) É Hollywood! Ao nível de indústria de cinema, Los Angeles também é conhecida por albergar praticamente toda a indústria pornográfica americana, na zona de San Fernando Valley, ou San Pornando Valley.
Mas que condições é que uma cidade que, essencialmente, vive das aparências, pode ter oferecido para a criação de música relevante? Bem, antes de começarmos, vamos todos repetir: MUSIC is SHOW-BUSINESS! Pah, não há como dar a volta, "here we are now, entertain us!". Não é, portanto, por acaso, que algumas das maiores produtoras de música se encontram sediadas em L.A., como a Capitol Records, a A&M Records ou a Warner Bros. Records.
Começemos, então, pelo princípio.
Los Angeles foi a casa de alguns dos primeiros artistas de jazz da Costa Oeste, nomeadamente Charles Mingus, um dos mais geniais compositores e contrabaixistas de sempre, e um bom pianista. As contribuições para o desenvolvimento da música popular em geral e do jazz em particular são imensas, audíveis em faixas como "Mood indigo", "Pithecantropus Erectus" ou a grande "Haitian Fight Song".
Nos anos 60, a Costa Oeste foi um dos grandes epicentros da cultura hippie, sendo que muitas das bandas associadas ao rock psicadélico nasceram ou acabaram por vir parar a L.A.. O exemplo máximo será o dos Doors, banda formada em plena Venice Beach por Jim Morrison e Ray Manzarek, e que se tornaram uma das maiores bandas americanas da época. No entanto, há outros exemplos, como os Byrds, mundialmente conhecidos por fazerem versões baris de Bob Dylan, os Love, os Buffalo Springfield do grande Neil Young, ou os Beach Boys.
Passaram alguns anos até que fosse feito algo mais de musicalmente relevante em L.A.. O dia chegou em 1978, com o álbum de estreia dos Van Halen, que apresentou ao mundo um dos maiores guitarristas do rock, e um conceito de banda ligado ao entretenimento, cortesia do grande David Lee Roth. O primeiro álbum dos Van Halen introduziu um novo hard-rock às massas.
Por esta altura, a comunidade rock de Los Angeles, que se juntava na Sunset Strip, começava a dividir-se nos punks e nos metaleiros. Uns não gostavam dos outros, e vice-versa. Os dias da fusão ainda vinham longe. No entanto, criaram-se sub-culturas interessantes no meio desta revolução, como o L.A. Punk (X, Black Flag, Bad Religion...) ou o thrash metal (Metallica, Slayer...), que, com o tempo, evoluíram em direcções interessantes (Offspring, Green Day...), e outras não tão interessantes (hair metal, Poison, Motley Crue...).
No final dos anos 80, em South Central, L.A., cinco delinquentes de Compton juntaram-se e formaram os N.W.A., durante algum tempo, "a banda mais perigosa do mundo". Músicas como "Straight outta Compton" ou "Fuck da Police" mostravam o lado negro de L.A., e a violência e tensão racial que iria explodir nos incidentes relacionados com o espancamento do Rodney King. Também criaram o género gangsta rap, e alguns dos seus membros tornaram-se figuras importantes do hip-hop nos anos seguintes (Ice Cube é um dos artistas hip-hop que mais vendeu, e já é uma estrela de cinema, Dr Dre tornou-se produtor, e descobriu quase sozinho Snoop Doggy Dogg, Eminem e 50 Cent, Eazy-E morreu de SIDA...).
Também foi em Los Angeles que nasceu o movimento Nu-metal, já que são daí originárias bandas pioneiras do género, como os Korn ou os Coal Chamber. Outras bandas que se juntaram ao movimento vêm do mesmo sítio, tal como os Linkin Park ou os Crazytown.
São originárias de Los Angeles algumas das melhores bandas de rock alternativo dos anos 90, tal como os Red Hot Chilli Peppers, os Rage Against the Machine, os Sublime, os Tool, ou o Beck. Bandas que assimilaram a cultura urbana de L.A., e à imagem da cidade que é um caldeirão de culturas, fundiram estilos musicais diversos, como o rock, o metal, o punk, o funk, o jazz, o country, o hip-hop, ou o reggae, entre outros, e fizeram alguma da melhor música que ouvia na minha escola secundária.
L.A. style...
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